Menor excluído em reconhecimento de cidadania italiana: o caso do Tribunal de Mantova que vai à Corte Constitucional Italiana
Gabriela Pimentel
10/27/20253 min ler
A recente decisão do Tribunal de Mantova, que encaminhou um processo à Corte Constitucional italiana ao negar a transcrição da cidadania de um menor, marca um novo capítulo na disputa jurídica em torno da cidadania italiana por descendência.
Nesse artigo vamos explicar:
📌 O que motivou o encaminhamento à Corte Constitucional
🧭 Qual a importância desse caso e o seu possível efeito em outras situações
⚖️ Quais os fundamentos jurídicos levantados pela defesa
🚧 Quais os riscos e impactos para quem está em processo de reconhecimento
👥 Como nossa assessoria especializada pode guiar você por esse cenário de incerteza
O que ocorreu em Mantova
O Tribunal de Mantova enviou à Corte Constitucional uma ação que questiona a nova normativa da cidadania italiana. O ponto de partida foi a negativa de transcrição do reconhecimento da cidadania de um menor que nasceu antes da entrada em vigor da Lei n.º 74/2025, referente à sua mãe. O município de Canneto sull’Oglio recusou incluir o nome da criança na transcrição, citando a nova redação do art. 3-bis da Lei n.º 91/1992.
Embora o caso envolva apenas um menor, a advogada responsável — Maria Stella La Malfa — informa que já há outros processos semelhantes em andamento em diversos tribunais italianos, onde irmãos de uma mesma família foram tratados de modo desigual.
Por que esse caso é tão relevante
Efeito em cascata: se a Corte Constitucional aceitar o questionamento, o efeito poderá extrapolar aquele único caso e impactar centenas de processos em tramitação.
Expectativa legítima: o argumento central da defesa é que o direito já estava em curso antes da nova lei — os pais iniciaram o processo antes da mudança normativa, o que gera a tese de violação ao princípio da “expectativa legítima”.
Mudança normativa recente: a Lei 74/2025 reformulou as regras de cidadania por descendência, incluindo o art. 3-bis, que introduz restrições retroativas e critérios mais rigorosos para menores.
Os fundamentos jurídicos invocados
A ação levanta várias questões constitucionais e sustenta que:
A nova lei estaria aplicando retroativamente normas restritivas, o que pode violar o princípio da continuidade normativa ou da proteção da confiança legítima.
A situação do menor, que nasceu antes da vigência da nova lei e cuja mãe já teve reconhecimento concedido, indica tratamento desigual frente a irmãos ou outros beneficiários em situações similares.
A transmissão da cidadania italiana para menores (art. 3-bis da Lei 91/1992) pode apresentar vícios de constitucionalidade ao impor requisitos mais rígidos para crianças nascidas no exterior — como residência de pais em Itália, entre outros critérios.
Impactos práticos para quem está em processo de cidadania
Maior incerteza: quem está em processo de reconhecimento de cidadania para menores pode ter que aguardar decisão da Corte ou enfrentar negativas com base em nova lei.
Possibilidade de retrabalho: casos de menor que não foram originalmente incluídos podem precisar de novas ações específicas.
Diferença entre adultos e menores: a regra para menores mudou radicalmente com a Lei 74/2025 — o que exige atenção especializada.
Prazo e custos: além dos trâmites, o acompanhamento jurídico e acompanhamento especializado ganham ainda mais valor.
Como atuamos para proteger seu direito
Nós somos especialista em Imigração e Cidadania Italiana, prestamos serviços tanto pela via administrativa quanto judicial, com foco em:
Monitoramento contínuo da legislação, dos projetos de lei e das decisões dos tribunais italianos.
Análise personalizada de cada caso — inclusive para menores — para verificar se a nova lei se aplica ou se há caminho pela legislação anterior.
Acompanhamento completo da ação judicial, quando necessário, ou preparação documental para via administrativa.
Estratégia de atuação que considera os riscos de negativas e os prazos estipulados.
Conclusão
O caso do Tribunal de Mantova abre uma avenida de esperança para muitos que se viram impedidos de ter a cidadania italiana reconhecida para seus filhos menores. Trata-se de um momento de mudança e incerteza, onde ter o suporte certo pode ser determinante para garantir o direito de sua família.
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